As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade
Só as lembranças que doem ou fazem sorrir
Há gente que fica na história da história da gente
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São emoções que dão vida à saudade que trago
Aquelas que tive contigo e acabei por perder....
Há dias que marcam a alma e a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste não posso esquecer..
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Jorge Fernando
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Beijo PAI Teresa Maria 22-07-2013
Decidi construir esta página com alguma pequenas histórias vividas pelo meu pai. São histórias que demonstram mais algumas facetas do Homem que era e que serão práticamente desconhecidas por todos. São episódios engraçados que, ao recordarmos com ele, sempre lhe provocavam um sorriso longo e aberto. Ríamos todos e ele ficava feliz... Será uma página alegre como alegres gostava ele que estivessemos sempre. Sorriam porque, quem sabe, o vosso sorriso talvez chegue até ele.....
A propósito da sua falta de habilidade manual... A propósito de brincadeiras... A propósito de distracções.....A propósito de muitas recordações....
Antes de niciar o relato dessas algumas histórias quero deixar uma fotografia um tanto especial para mim.Especial pela pessoa que ma ofereceer e pelo que retrata daquilo que o meu pai era...
Conhecido do grande público como sendo um bom contador de anedotas ( e muitas vezes o fez nos seus espètáculos ao vivo),na verdade,ele era uma pessoa muito discreta quando não estava "em cena".Diria mesmo que se tornava até numa pessoa algo timida... Não era o grande mentor das brincadeiras mas,fàcilmente,"alinhava" nelas.Gostava de brincar e quando ria tinha o seu riso um carácter contagioso.Aceitava brincadeiras acerca de tudo e de todos,até dele mesmo.Não era faccioso com os temas.Era um homem de espirito aberto e respeitava os gostos de cada um.Apreciava o convívio saudável entre as diferentes formas de ver e viver a vida...Pautava-se pelo Respeito,independentemente de crenças,credos ou religiões.Os seus verdadeiros amigos conheciam bem essa faceta e também por ela o admiravam muito,como ilustra a seguinte foto
Trata-se do lançamento,há cerca de 20 anos(finais dos anos 90) da cerveja dos 3 grandes,em convívio saudável e descontraído com 2 amigos adeptos de clubes distintos do seu:Manuel Serrão e Maya.
Esta fotografia foi-me gentilmente oferecida por um seu Amigo da área do jornalismo:Alexandre Pais que,já na recta final da sua vida,fez questão de o homenagear,acarinhar e transmitir-lhe todo o respeito e admiração que toda a vida tivera por ele e pela sua carreira,proporcionando assim ao meu pai,momentos de grande felicidade que eu pude testemunhar.Tudo isso está referido noutra página deste site....como não poderia deixar de ser. A gratidão que eu tenho por esses gestos de Alexandre Pais é imensurável como o foi e ,certamente ainda será, para o meu pai.De uma coisa estou certa:Alexandre Pais foi no coração do meu pai.Ele gostava de muita gente mas no seu coração moravam poucos.....Obrigada Alexandre Pais!
Teresa Maria,03-05-2018
Agora uma lembrança que tenho de meu pai,cuja dimensão nem eu prória sei determinar bem...apenas sei que é intensa e que perdura há mais de 40 anos intens e com um significado especial.
Como é sabido,o meu pai deslocava-se com frequência ao exterior por motivos profissionais.Muitas vezes ía só mas sempre que podia,fazia-se acompanhar pela minha mãe.Ambos faziam questão de trazer,a mim e á minha irmã ,um recordatório dos locais por one iam passando.O meu pai mesmo quando em deslocação sózinho ,cumpria a mesma "regra".
Nos anos 60,numa das suas deslocações a Londres por altura co Campeonato Mundial de Futebol (creio que dessa vez sem a companhia da minha mãe),trouxe na volta 1 música que estava no Top Ten.Era 1 vinil 45 rotações de cor azul celeste,transparente (lindo!...) dentro de 1 capa azul mais escuro com o desenho a negro do rosto do cantor.Desde a primeira audição fiquei ligada a essa música, letra e voz.Passei a ouvi-la,diáriamnete,vezes sem conta (não esquecer que na alturia teria os meus 11-12 anos...).Entendia a letra porque tinha frequentado a escola primária num colégio inglês iEsta música passou a fazer parte dos meus dias ao longo dos meus anos.....e ainda hoje faz.Sempre que a oiço "vejo" a imagem do meu pai tirando da sua mala e depositando nas minhas mãos aquele que passou a ser um tesouro para mim e que sempre será até ao fim dos meus dias..Penso que ainda está guardado no meu baú de recordações.Ao ouvir esta música agora,após a sua partida,sinto o meu pai mais perto,....Porque será? Não sei....mas sei que ela é um elo muito forte entre mim e ele.Quando o quero sentir mais perto,aí estou eu a ouvi-la e.....fico mais segura,mais protegida,mais feliz.Ora escutem lá este "HONEY" que eu descobri através das mãos do meu "honey" pai.
Teresa Maria 21-11-2013
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Penso que nunca conheci ninguém com as mãos tão "pesadas".... Tudo se avariava nelas. .
Estava o meu pai no Brasil quando, por obrigações profissionais, precisou de 1 gravador, daqueles antigos de fita.... Socorreu-se de 1 senhora amiga dele e de minha mãe que sabia ser admiradora incondicional de ópera e que adquirira 1 desses gravadores para guardar ás óperas de que gostava. A dita amiga logo se prontificou ao empréstimo mas "suplicando" que não lhe estragasse as suas preciosas gravações. Em casa e já na posse do gravador, iniciou o seu trablalho de experimentação.... Sei que, passados poucos minutos, tinha a fita do gravador nas mãos tonda emaranhada...
Escusado será dizer que a dita senhora ficou sem as suas óperas e nada satisfeita... Não sei que cara fez ao receber a noticia, nem o que disse porque o meu pai, sempre que tentava contar, não conseguia....Ria sem parar.... e nós ríamos também mesmo sem saber do quê...
Teresa Maria 22-07-2013
Como já referi anteriormnete, o meu pai era 1 pessoa com alguma timidez mas gostava de brincar... Fazia-o para o seu público mas também na vida privada, sobretudo com as pessoas de quem gostava ou nutria algum carinho.
Como é sabido foi em serviço a alguns Jogos Olimpicos, nomeadamente aos de Helsinquia em 1952. Como era costume lá fez algumas amizades. Seria 1 delas que mais tarde o veio visitar a Portugal. Segundo o meu pai, tratava-se de 1 pessoa muito interessada em conhecer a história dos países que visitava e deles guardar algumas recordações. Para tal, foi agendada 1 visita a diversos locais de Lisboa de interesse cultural. 1 deles a Torre de Belém. Aí, lhe deu vontade de brincar... Pegou numa pedra que apanhou ali mesmo e disse ao tal finlandês que a guardasse porque se tratava de 1 pedra de grande valor visto ser datda do tempo da construção da Torre.... Na sua "ingenuidade" o amigo guardou a pedra religiosamente e a levou para o seu país onde, decerto, a colocou em lugar especial... A brincadeira durou até hoje...
Teresa Maria 23-07-2013
O meu pai era muito distraído em tu do o que lhe dizia respeito. Talvez porque não ligava à imagem, sua e das outras pessoas. Costumava dizer que não lhe interessava que o "embrulho" fosse bonito ou feio, o que lhe interessava era o que vinha dentro....
Tanto assim que 1 dia, e na ausência de minha mâe que sempre lhe preparava a roupa que vestia dièriamnete, foi surpreendido pelo seu barbeiro de muitos anos: "Sr.Artur, o senhor já viu as meias que traz?".... Pois... era uma de cada côr... 1 verde e outra azul... Sei que se riu muito do facto mas correu para casa para corrigir o erro...
E a distracção não ficava por aqui... na rua além de não ter nenhum sentido de orientação, seguia "na dele" sem reparar em nada... nem numa sarjeta onde estacionara o carro... Ao entrar, lá vai 1 pé por ela abaixo... Sei que foram precisas 2 pessoas para "desencravar" o pé que entrara atravessado... Mais uma vez riu e ria sempre muito ao recordar o sucedido...
Teresa maria 25-07-2013
Ah,ah....a minha mãe foi a primeira a saber....Rimos todos tanto ao recordar esta história.Ainda hoje a sua lembrança provoca em nós umas boas gargalhadas.
Quando da sua estadia no Brasil de 75 a 81 o meu pai fazia questão que a minha mãe viesse duas vezes por ano a Portugal para que ela pudesse matar saudades das suas filhas e restante familia assim como dos amigos.Ora bem....o meu pai era muito pouco dotado no que respeita às tarefas caseiras mas....lá tentava se desenrascar tudo com o propósito de proporcionar o convívio possível entre a família.Ele não vinha devido às suas obrigações profissionais e apenas se deslocou a Portugal nesse espaço de tempo e que me lembre,uma vez para dar uma entrevista televisiva a pedido de Joaquim Letria.Mas como estava dizendo,as tarefas domésticas eram o seu ponto fraco.Tinham uma empregada doméstica mas não todos os dias.Num desses dias em que ela não foi,o meu pai tinha de preparar as suas refeições.Para tal,dirigiu-se a um supermercado próximo e procurou resolver a situação da forma mais simples e prática para ele.Ao passar e na sua procura atarefada deu com um letreiro"PRONTO A COMER".Ora bem,lá estava a solução do seu problema:uns maravilhosos pastéis "prontos a comer"...Foi para casa com a caixa dos pastéis,pegou num tabuleiro com um prato e um copo de cerveja e sentou-se diante do televisor pronto para comer o seu jantar.Hora do jornal da noite,maravilha....Pega da caixa dos pastéis,abre e tira um.Leva à boca dá uma trinca e....ía "morrendo" com o mau gosto e textura....Pois,pronto a comer mas tinham de ser fritos primeiro.....
Sei que deu no dia seguinte os restantes pastéis à empregada.Tão depressa não queria ouvir falar em pastéis.....À noite, quando telefonou à minha mãe contou a ocorrência....l
Teresa Maria 31-12-2013
Recordar é viver!!!!
Obrigada pai pelos
momentos maravilhosos
que
passámos ao teu lado.
bons,menos bons....
mas
sempre inesquecíveis
Te amo!